Ele esteve ao lado do Governo do Estado e de outras entidades do setor de turismo, sendo um dos principais articuladores para a retomada e acredita na reconstrução da economia do setor através do incentivo do turismo nacional e da integração das entidades privadas e públicas
Com a necessidade de adotar o distanciamento social e evitar aglomerações para conter a pandemia de Covid-19, que começou no Brasil em março deste ano, a atividade turística foi diretamente afetada e podemos dizer que uma das mais impactadas pela pandemia de Covid-19. Com eventos cancelados, hotéis e pousadas fechados, voos suspensos e fronteiras interditadas na segunda quinzena de março, o setor acumulou 446 mil demissões e perdas de R$ 153 bilhões até o mês de julho, segundo a Confederação Nacional de Comércio, Serviços, Bens e Turismo (CNC). É fato que o turismo gera emprego, riqueza e renda, sendo fundamental para a economia dos países. Em 2019, movimentou US$ 8,8 trilhões e gerou 319 milhões de postos de emprego em todo mundo. No Brasil, equivale a 8,1% do nosso PIB.
Foi preciso agir rápido, não dava para esperar tudo isso passar ou a chegada de uma vacina. E Toni Sando foi peça fundamental e um dos grandes articuladores, junto ao Governo do Estado e outras entidades, para que esse momento de retomada chegasse, ajudando a desenhar todos os protocolos de segurança para garantir o bem-estar de todos e entendendo as oportunidades do mercado que ajudarão a reaquecer a economia de um grande trade que engloba feiras, eventos e viagens, de lazer e de negócios. “A pandemia pegou todo mundo de surpresa, era tudo muito desconhecido, então até as decisões tomadas não tinham clareza, porque não se sabia até onde ia chegar. Alguns eventos foram transferidos primeiro para o segundo semestre deste ano e acabaram tendo que ser reagendados para o ano que vem, outros se transformaram em online e agora híbridos. Tudo está sendo um aprendizado para todo mundo”, comenta Sando. “Temos um tripé: expositor, público e patrocinador. Todos precisam estar seguros e acreditar que todos se beneficiarão da participação de um evento, seja para conhecimento, para network, para expor um produto”, afirma Sando que, com toda sua expertise na área e amplo currículo de atuação no terceiro setor, tem sido uma das forças principais desse movimento de reconstrução do turismo.
Para compreender a força de Toni Sando para o turismo nacional e, principalmente, o paulista, precisamos apresentar seu não tão breve currículo. Toni é Presidente Executivo da Fundação 25 de Janeiro, que tem as marcas São Paulo Convention & Visitors Bureau (SPCVB) e Visite São Paulo, é presidente da Unedestinos, membro do Conselho Estadual e Municipal de Turismo, 1º Vice-Presidente da Associação de CVBs Latino America & El Caribe e membro da Academia Brasileira de Eventos e Turismo, além de participar ativamente de diversos conselhos setoriais e associativos do turismo. O SPCVB é uma entidade estadual, de direito privado e sem fins lucrativos, que atua fortalecendo a economia do turismo por meio do incentivo, apoio e captação de novos eventos para o setor. Na prática, o São Paulo Convention ajuda a aumentar o calendário de congresso, eventos e feiras de São Paulo, gera novos negócios e fortalece toda uma cadeia, que envolve companhias aéreas, redes de hotelaria, restaurantes e muito mais. Por isso, seu papel foi fundamental para acompanhar, junto das outras entidades do setor, a movimentação em torno do turismo, apresentando players para o modelo, mostrando a importância do setor para a cadeia econômica do Estado e do Brasil. “Mais de 50% do turismo, tanto de eventos, como viagens, é voltado para os negócios. E a maioria das empesas não liberou seus executivos pra viajar e participar de feiras e congressos. Com tudo fechado não tinha como viabilizar nada. Trabalhamos muito nesse período na elaboração de protocolos junto das entidades e do Governo para preparar toda população antes de trazer novos visitantes”, conta. Mas, para Toni Sando, não se trata somente de uma retomada, mas sim uma reconstrução. “No turismo o passado é de lembranças, o futuro é de expectativas e esperança e o presente é de reconstrução. E essa reconstrução é o que estamos fazendo junto do Governo, junto das demais entidades, junto das empresas aéreas e outras companhias. Nosso trabalho foi de criar uma ação de contenção, de sobrevivência, para irmos juntos num novo movimento”, diz Sando.
Nem tudo vai voltar como era antes. Quando Toni diz que estamos em um período de reconstrução, de construir um novo modo de se comportar, ele chama atenção para que os negócios sejam revistos, já que novos modelos passaram a ser incorporados no nosso dia a dia, como as reuniões virtuais, por exemplo. Os eventos online supriram, de início, os presenciais, mas para o futuro, devem ser manter os eventos híbridos. Isso porque aprendemos a conviver com esses formatos e a usufruir do melhor de cada um deles. Trazer um palestrante internacional para um evento tem um alto custo e que, neste momento, acabou acontecendo de maneira digital e com a mesma eficiência. “Nessa fase de reconstrução, estamos aprendendo a aproveitar as mesmas oportunidades de formas diferentes. O que vai acontecer o ano que vem com as feiras e eventos, por exemplo, é um calendário um pouco mais intenso, não necessariamente com o mesmo público, com a mesma quantidade de pessoas. Aprendemos a conviver com isso. Essa reconstrução foi geral, do convívio familiar, de valores, da higiene. Tudo isso é um grande aprendizado para enfrentarmos esse novo modelo de vida e de comportamento”, diz o executivo. Segundo ele, o Governo já anunciou datas para a liberação da vacina e temos que ter esperança e focar no presente como momento de reconstruir. “’Será que precisamos fazer coisas que fazíamos antes?’, ‘Como o empresário pode reestabelecer seu negócio?’, ‘Como tomar linhas de crédito pra honrar seus compromissos?’, Como honrar os empregos para não gerar mais desemprego?’ são algumas das reflexões que cabem neste momento de reconstrução e de quem está vendo uma luz à frente”, diz.
Protocolos de segurança
A definição dos protocolos de segurança para a retomada dos eventos e do turismo no Estado de São Paulo foi uma construção coletiva entre a Secretaria de Turismo do Governo do Estado de São Paulo, o São Paulo Convention & Visitors Bureau, representado por Toni Sando, seu presidente executivo, o Sinapre (Sindicato Nacional de Empresas de Agenciamento e de Produção de Eventos Artísticos, Musicais e Similares), a Abbfec (Associação Brasileira dos Buffets para Feiras e Eventos Corporativos), a Ubrafe (União Brasileira de Feiras e Eventos de Negócios), a Abeoc (Associação Brasileira de Feiras e Eventos), a Abrace (Associação Brasileira das Empresas Montadoras e Locadoras de Stands), o Sindiprom (Sindicato de Empresas de Promoção, Organização e Montagem de Feiras, Congressos e Eventos do Estado de São Paulo), e a Ampro (Associação de Marketing Promocional), com validação do Hospital das Clínicas, da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, Anvisa e Vigilância Sanitária. “O SPCVB é uma entidade mercadológica de promoção e captação de eventos. As entidades setoriais, cada qual no seu setor, têm suas próprias necessidades, e cada uma delas apresentou suas propostas e protocolos, que eram submetidos ao Governo e analisados junto ao seu comitê de saúde para que os protocolos fossem desenhados. Para cada uma dessas etapas ouve uma ação do grupo de entidades e empresários para viabilizar essas aprovações”, conta Toni que ressalta que não existe amadorismo quando se tata de saúde. “Os promotores de eventos e organizadores não querem que um evento possa colocar as pessoas em risco, por isso, todos se empenharam muito para apresentar protocolos e que pudessem gerar segurança para a população”, diz.
Eduardo Senovic, presidente da Abear (Associação Brasileira das Empresas Aéreas), foi um dos que esteve ao lado de Sando na definição dos protocolos de segurança. “A Abear é uma grande parceira do São Paulo Convention, que junto da Secretaria de Turismo está empenhada em colocar essa campanha “São Paulo para todos” para frente. Nesses próximos meses estamos empenhados em desenhar os protocolos e cuidar para que sejam seguidos. As pessoas têm que se sentir seguras para viajar e os parceiros das companhias aéreas estão empenhados nisso, porque a economia só retoma quando as pessoas transitam”, diz Sando.
Para ele, a missão do turismo nesse momento é servir. “Servir significa contribuir para que as pessoas possam seguir rigorosamente os protocolos, para não se desguardar, para manter a segurança de que tudo pode voltar. E é importante para a cidade oferecer segurança tanto para que trabalha, quanto para quem visita. Hoje, respeitando as fases de abertura, todos os protocolos de segurança definidos para o setor de turismo estão sendo totalmente aplicados”, completa o presidente-executivo do São Paulo Convention & Visitor Bureau.
Os protocolos para retomada do setor cultural na Cidade de São Paulo autorizam (até o fechamento desta edição), eventos para até 600 pessoas, como convenções, seminários, workshops, palestras e feiras. As festas continuam temporariamente proibidas. Já os eventos com mais 600 pessoas precisarão de uma autorização especial da gestão municipal, sendo que o limite é para até 2 mil pessoas. Cinemas, salas de espetáculos e teatros tiveram autorização de retomada desde o dia 9 de outubro, quando o prefeito da capital, Bruno Covas, decretou o a reclassificação da cidade para a Fase 4 – Verde. A Prefeitura de São Paulo publicou no Diário Oficial os protocolos sanitários para a reabertura dos cinemas na capital paulista.
BOX
Safe Travels
O Estado de São Paulo recebeu recentemente o selo “Safe Travels” (Turismo Responsável – Limpo e Seguro), conferido pelo Conselho Mundial de Viagens e Turismo (WTTC), que atesta que o destino é seguro a nível global, que empresas e governos estão seguindo boas práticas quanto à higiene e segurança sanitária. A conquista reforça a importância da integração e do trabalho entre o Governo do Estado, Toni Sando e demais entidades do setor para criarem protocolos contenção da Covid-19, para colaboradores e viajantes, preparando as cidades para uma retomada do turismo de maneira segura.
Presente: tempo de reconstruir
Questionado se o Brasil pode viver uma segunda onda de vírus, como vem acontecendo na Europa, Toni Sando acredita não é possível falar sobre isso ainda porque o Brasil não passou da primeira onda. “Não dá para saber se tivéssemos agido diferente como seria. O Brasil, assim como outros países no mundo, teve muita dificuldade em entender o que é uma pandemia, a primeira grande pandemia da nossa geração. Houve muitos acertos e muitos erros. A Europa que se diz desenvolvida está tendo uma segunda onda que está gerando novas decisões”, reflete.
Dentre as decisões que países da Europa, como Portugal, tomaram agora, com o aumento dos novos casos de contaminados pelo novo coronavírus, estão a obrigação do uso de máscaras, multas para aglomerações e até restrição nos horários de bares e restaurantes. Porém, aqui no Brasil, não tivemos uma fase de liberação de aglomerações e do não uso de máscaras. Essas medidas estão sendo aplicadas desde a reabertura dos estabelecimentos, desde a retomada das atividades, o que pode ser um ponto positivo para que a expansão do vírus se mantenha mais controlada no país e em declínio, se continuarmos seguindo todos os protocolos de segurança e higiene. “Nosso principal inimigo é o vírus e ele ainda não tem todas as peças esclarecidas, não sabemos totalmente como ele se comporta. O que estamos vendo na Europa sinaliza que ninguém tem a resposta de que todas as decisões que foram tomadas até hoje estejam certas ou erradas. Só o futuro, a história, vai falar pra gente quem tomou a melhor ou pior decisão. Da nossa parte, atuando junto do Governo e representando empresas do setor, somos a favor da ciência, do equilíbrio e de muito bom senso”, declara.
O que o mundo percebeu neste momento é que oferecer a sensação de segurança é tão importante quanto oferecer segurança. E para o setor de turismo isso é mais fundamental ainda. De acordo com Sando, é preciso ter cautela para não incentivar viagens em massa que possam criar aglomerações em certos destinos. Por isso, em São Paulo, a estratégia de todo trade, com apoio da Secretaria de Turismo e da Abear, foi de primeiro desenhar os protocolos com foco na segurança, depois, promover a conscientização de que é necessário segui-los e agora, incentivar o turismo somente nas cidades que já estão aplicando esses protocolos e estão com mais ociosidade de visitantes. “Os homens de negócios não viajam porque as empresas têm a preocupação de enviar um executivo para viajar e ele ter um problema que pode ser passado pra família, amigos. É uma cadeia de consequências”, reflete. Daí a importância da união dos setores público e privado, para que o turismo possa ser o vetor de desenvolvimento e retomada da economia. “O trabalho público-privado que temos feito é muito importante e entidades têm um papel fundamental para isso. Nosso trabalho junto com a Secretaria de Turismo do Estado para a definição dos protocolos de segurança foi fundamental para mostrar as pessoas quais eram as medidas que elas deviam seguir e quais as formas corretas para a retomada do turismo e eventos”, relata Sando.
Ele reforça que todos têm que ter responsabilidades na prevenção da doença. “O empresário tem responsabilidade junto dos seus funcionários e empregados, e a população tem que ter responsabilidade de onde frequenta. Não podemos fugir da nossa responsabilidade, fugir dos protocolos estabelecidos”, diz. Assim, as próprias empresas vão sentindo a sensação de segurança cada vez maior e vão liberando seus executivos para as viagens de negócios, vai melhorando o turismo de eventos, o de lazer começa a tomar a frente. “Ao se sentir segurança em viajar, se hospedar, as pessoas começam a retomar suas atividades de lazer e de negócios. E é isso que faz a roda de turismo girar”, diz.
Visite São Paulo
No próximo dia 4 de novembro, o São Paulo Convention & Visitors Bureau (SPCVB), com a marca Visite São Paulo e apoio da Secretaria de Turismo do Estado de São Paulo e da ABEAR (Associação Brasileira das Empresas Aéreas), promovem a primeira edição do EXPO FORUM VISIT SP 2020. Voltado ao trade turístico e também ao público final, o Fórum terá sua abertura no dia 4, às 9h, comandada por Toni Sando, idealizador do evento, Vinícius Lummertz, Secretário de Turismo, e Eduardo Sanovicz, presidente da Abear e vai trazer programação intensa com dicas de viagens, roteiros, passeios e uma série de oportunidades para aproveitar melhor as regiões do Estado de São Paulo. Além de ser o primeiro evento de porte do setor de turismo, com caráter híbrido (presencial – no Sheraton São Paulo WTC Hotel – e virtual), o Fórum também marca o movimento de reconstrução do turismo paulista, com a campanha Visite São Paulo, que é parte do movimento São Paulo Pra Todos, lançado no segundo semestre de 2019, com o objetivo de estimular o turismo no Estado. “A partir de agora o Visite SP ganha mais força, já que o incentivo ao turismo local é a grande esperança de retomada do setor, não só em São Paulo”, diz Sando, sobre a campanha que incentivará as viagens para as cidades que estão preparadas e seguras, que precisam retomar sua movimentação turística e seus empregos. “Vamos lançar neste evento, o aplicativo visitsp.tur.br que é uma plataforma e Market Place onde as pessoas encontrarão todas as dicas e ofertas para usufruir do turismo no Estado, de maneira inteligente”, revela Sando.
Para Raul Sulzbacher, presidente do Conselho de Administração do SPCVB, o caminho para a reativação da economia e para essa reconstrução do turismo passa pela promoção dos destinos paulistas, seja para o próprio paulistano, seja para viajantes de outros estados, focada no turismo de aproximação. E as expectativas são boas porque existe toda uma potência da demanda reprimida de pessoas que passaram os últimos meses dentro de casa e que desejam retomar suas rotinas de viagens e seus momentos de lazer. Para tanto, Sulzbacher enfatiza a importância desse debate e integração das iniciativas públicas e privadas para aplicar a inteligência do turismo para gerar negócios, empregos, incrementar o comércio, entreter, converter em vendas e distribuir os visitantes por todo o Estado, com toda cautela de evitar aglomerações e seguir os protocolos de higiene e segurança.
Toni Sando também tem esperança de uma retomada positiva com essa campanha visto que, segundo ele, o mercado já respondeu muito rápido com o lançamento da campanha Visite São Paulo no ano passado. São Paulo conta com 622 km de praias e 138 mil hectares de Mata Atlântica, diversos parques e reservas florestais, cavernas, rios e cachoeiras, além de espaços para esportes aquáticos e ecoturismo. O Estado tem mais de 300 cidades de reconhecido potencial turístico, 70 municípios considerados estâncias balneárias, turísticas, hidrominerais e climáticas e uma capital com intensa atividade cultural e artística, esporte de aventura e culinária diversificada. “Fronteiras fechadas, dólar alto, não há porque o brasileiro viajar para fora se ele não conhece o Brasil. Daí a importância de fazer uma grande virada e incentivar o turismo doméstico, que contribui para que o pequeno empresário possa se restabelecer e ter dinheiro, que vem de fora pra dentro. Se tudo correr bem, a vacina chegar em dezembro e a população tiver imunizada até março, teremos uma boa retomada do turismo regional. Vamos fazer a roda do turismo voltar a girar”, diz Toni
E o incentivo ao turismo local é a grande esperança de retomada do setor, não só em São Paulo. Presidente também da Unedestinos, Toni conta que a entidade tem como propósito promover todos os destinos brasileiros e todos os estados estarão em campanha de atrair para o turismo local. Mais uma vez, ele relembra da importância da integração entre todas as organizações que trabalham em prol da promoção do turismo que, para ele, são vitais para que todos possam superar o que aconteceu e ter um novo momento no setor. “É o turismo doméstico que vai ganhar o jogo e que vai fazer a economia voltar a girar, que vai permitir que aquela pessoa naquela cidadezinha pequena possa ter renda, possa pagar os estudos do filho, sustentar a família”, diz. “Nós, que trabalhamos com o turismo, somos todos agentes da prosperidade. A gente gera prosperidade para o destino e para a economia local e é um prazer muito grande ter essa atividade, seja ela de lazer, negócios, eventos. Porque a prosperidade serve tanto para nós, quanto para quem está na outra ponta e vai levar as lembranças do que viveu para o resto da vida”, diz o executivo.