Players mais comprometidos com práticas sustentáveis são tendência no segmento de feiras de eventos

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Práticas sustentáveis e conscientes na indústria de eventos são pontos de atenção de toda a cadeia de valor do setor. UBRAFE reforça a importância dos temas por meio de grupo de trabalho com foco em aprofundar discussões

Conforme o relatório de Tendências de Gestão de Pessoas 2023, realizado pelo Great Place to Work, as empresas estão com olhar bastante atento para a agenda ESG – Environmental, Social and Governance (Ambiental, Social e Governança), e as feiras de eventos estão acompanhando exatamente esse progresso. No último mês de abril, a indústria de eventos e feiras latino-americana reuniu-se para tratar sobre tendências, atualidades e projeções do setor na Costa Rica, principal país destino de ecoturismo, que foi palco para a UFI LATAM 2023 e discutiu a sustentabilidade como um dos principais assuntos do encontro. A UBRAFE – União Brasileira de Feiras e Eventos de Negócios e as demais organizações presentes levantaram a importância das práticas do ESG, entre elas algumas tendências de práticas sustentáveis para o setor.

Com o avanço das práticas ESG, a destinação final e correta de resíduos pós-eventos é, hoje, um dos principais pontos de atenção. Os próprios eventos começarão a ser planejados com o objetivo de gerar mínimas quantidades de resíduos ou até mesmo cumprir a meta de zerar esse volume. “Em alguns casos, isso passará a ser uma norma em eventos B2B e B2C, utilizando apenas materiais reutilizáveis que, portanto, não geram resíduos, mas além de ser uma nova norma achamos que existe também uma mudança de mentalidade dos diversos elos da cadeia de valor do nosso setor”, enfatiza diretor-executivo da UBRAFE, Paulo Octávio Pereira de Almeida (P.O.)

Entre as funções designadas aos promotores de eventos e aos recintos/venues estará a de gestão de resíduos pré, durante e pós a realização das feiras de negócios. No entanto, a partir da saída dos resíduos do espaço do evento, ainda não existe uma coerência de ações no sentido de entender e conhecer a correta destinação. “O mundo sustentável perfeito para as feiras são os promotores de eventos e as venues como agentes ativos da sustentabilidade da sociedade, envolvendo os demais elos da cadeia de valor, como os fornecedores e, muito importante, as milhares de marcas expositoras que participam destes eventos. Estabelecer um compromisso de todos envolvidos é o nosso maior desafio neste momento”, lembra P.O.

No Brasil, a prática sustentável é um dos focos de orientação aos associados UBRAFE, para que contribuam positivamente com os promotores de feiras de negócios, os visitantes dos eventos e a sociedade em torno das venues que sediam os grandes eventos. Segundo a entidade, a expectativa para 2023 é que sejam realizados, pelo menos, 1.500 eventos B2B de porte grande (acima de 700 pessoas) ou mega (acima de 5 mil participantes) durante o ano, com impacto de cerca de 12 milhões de visitantes somente na capital paulista.

“Temos um grupo de trabalho dentro da UBRAFE, com representantes tanto dos promotores, quanto das venues e dos fornecedores, com o objetivo de discutir, no curto prazo, quais são os compromissos que precisamos implementar em todos os eventos. E não estamos agindo isoladamente. No final do ano passado, a UFI – a associação global dos principais organizadores de feiras e proprietários de feiras – participou da COP27, a conferência climática organizada pela ONU sediada no Egito, e se comprometeu que, até 2030, todos os eventos B2B do mundo terão uma redução de 50% na pegada de carbono. Então, estamos caminhando no Brasil seguindo um critério mundial”, afirma P.O.

No próximo dia 31 de maio, a abertura da edição 2023 do Congresso MICE, que acontece durante a Feira EBS, em São Paulo, vai tratar dos “caminhos para a realização de eventos MICE carbono neutro”. A palestra será conduzida por Paulo Octavio Pereira de Almeida, que abordará o movimento internacional Net Zero Carbon Events. No painel, será apresentada também “uma atualização, pela primeira vez em público, dos trabalhos que o grupo ESG da UBRAFE vem desenvolvendo e que fará parte da necessária conscientização que o setor de eventos precisa obter em relação ao tema”, antecipa o diretor-executivo da UBRAFE.