A FORÇA DE UM SETOR

Números oficiais e otimismo ilustram a confiança do presidente da Embratur, Silvio Nascimento, na recuperação do turismo no país

Por Carlos Eduardo Oliveira

“Estamos no caminho certo, em compasso com o turismo internacional”. Atual presidente da Embratur, Silvio Nascimento, não é difícil avaliar, é um apaixonado pelo segmento que abraçou. Em entrevista exclusiva à HANDS ON, o administrador reafirma uma das missões da entidade: fazer o país chegar à meta de 10 milhões anuais de visitantes.

Recentemente, o senhor se encontrou com jornalistas em São Paulo. Que pontos destacaria do encontro, no no tocante às ações da pasta em 2022?
Foi um encontro extremamente importante, a oportunidade de apresentar o trabalho que vem sendo realizado para alavancar a promoção dos destinos do Brasil no exterior e, com isso, ampliar a vinda de turistas estrangeiros ao país.

Desde junho de 2021, quando a Agência voltou a exercer exclusivamente sua missão original, que é a comercialização dos atrativos brasileiros internacionalmente, não temos medido esforços para recuperar o número de turistas estrangeiros que visitavam o país antes da pandemia.

Para potencializar a marca Brasil, a Embratur ampliou, neste ano, em 74% o orçamento para ações de promoção, quando comparado ao valor direcionado em 2020. Os recursos estão sendo investidos em diversas ações, como campanhas publicitárias, participação nas principais feiras internacionais de turismo, roadshows em mercados prioritários, realização de press trips no Brasil com comunicadores de países estratégicos, famtours, entre outras. Vale destacar ainda a nossa parceria com o Sebrae para qualificar agentes do trade e, assim, melhorar nossos serviços e gerar empregos.

Que números a Embratur registra atualmente, em relação ao turismo interno por visitantes estrangeiros?
O Brasil já apresenta resultados importantes que demostram que estamos no caminho certo e comprovam a retomada do turismo internacional. Após a pandemia mundial de Covid-19, que afetou fortemente o setor do turismo, o país recebeu, somente nos seis primeiros meses de ano 2022, 1.222.536 estrangeiros com visto de turista, número maior do que todo o ano de 2021, que foi de cerca de 590 mil, e cerca de 660% a mais quando comparado ao mesmo período de 2021 (janeiro a junho).

São números que têm impacto direto na economia. Para se ter uma ideia, segundo dados do Banco Central, a receita gerada por turistas de outros países de janeiro a março deste ano ficou em US$ 1,23 bilhão. O desempenho foi puxado pelo mês de março, com receita US$ 453 milhões, a maior registrada no período. A título de comparação, o gasto de turistas internacionais ficou em US$ 693 milhões entre janeiro e março de 2021. São receitas que alimentam e sustentam o setor, gerando emprego e renda para quem trabalha e vive do turismo.

E em relação à retomada da malha aérea?
É outro indicador positivo para o setor, a retomada gradual da malha aérea. De acordo com dados levantados pela Embratur junto à Anac, a malha aérea internacional brasileira opera atualmente em torno de 70% da capacidade que o país tinha em julho de 2019, antes da pandemia. Os 3751 voos registrados no último mês equivalem a 72,33% da capacidade de julho de 2019 e já superam todo o ano de 2020, quando 22.353 voos chegaram ao país.

Ainda segundo a ANAC, estão previstos 89 novos voos e 44 frequências adicionais até fevereiro do ano que vem. Uma clara demonstração de confiança do mercado no fortalecimento e recuperação do setor no Brasil.

O atual patamar de turistas internacionais ainda é muito aquém do desejado e do potencial do país. Como chegar a marcas mais expressivas, por exemplo, aos 10 milhões de turistas anuais?
Esse resultado será alcançado a partir de uma série de medidas que já estão sendo tomadas nos últimos anos. O Brasil recebia mais de seis milhões de turistas estrangeiros antes da pandemia de Covid-19. Buscamos recuperar esse patamar e ultrapassá-lo o quanto antes e, para potencializar a comercialização dos destinos brasileiros no exterior, temos trabalhado sistematicamente para ampliar o nosso orçamento e nossas ações.

Neste ano, a Agência aumentou em 74% os recursos para ações de promoção, quando comparado ao valor direcionado em 2020. Ainda assim, os cerca de US$ 20 milhões para investimento em promoção pela Embratur em 2022 são insuficientes quando comparados ao montante investido por países concorrentes, como o México e Colômbia. Nosso desafio é otimizar as nossas ações atuais e usar os recursos com efetividade para ampliar a capilaridade.

Quais os demais desafios, além desse?
Os desafios e oportunidades são imensos. Ainda assim, quando falamos o nome do Brasil mundo afora, cada um tem uma imagem ou uma referência na cabeça ligada ao nosso país e, muitas das vezes, sem nunca ter estado aqui. É aí que o trabalho da Embratur surge para mostrar a vocação do Brasil de receber visitantes estrangeiros, seja a lazer ou a negócios. Afinal, o Brasil é múltiplo e, ao mesmo tempo, único.

A lista de motivos para visitar o Brasil também inclui os quatro restaurantes brasileiros que figuram entre os 100 melhores do mundo, segundo a lista “The World’s 50 Best Restaurants”, da revista britânica “Restaurant”. O mais bem colocado entre os listados do país é o restaurante D.O.M., de São Paulo. A publicação trouxe também o restaurante paulista Evvai. O Lasai, no Rio de Janeiro, foi o terceiro brasileiro a constar da relação. A lista ainda traz o restaurante Maní, de São Paulo.

Os atrativos naturais e culturais do Brasil estão inseridos no contexto de uma economia pujante, que figura entre as dez maiores do mundo, com um Produto Interno Bruto (PIB) nominal, no 1º trimestre deste ano, de US$ 1,83 trilhão, superando nações como Rússia, Coreia do Sul e Austrália, segundo ranking da Austin Rating.

Dessa forma, temos um enorme potencial turístico, com taxa de exportações de serviços turísticos 26% superior à média da América Latina, e o maior mercado de hotéis e turismo das Américas do Sul e Central, com mais de 77 mil empresas dedicadas ao setor.

E com relação à malha aérea?
No setor aéreo existem aeroportos internacionais em todas as capitais dos estados. O Brasil é o 6º maior mercado de aviação civil do mundo em passageiros transportados, com 102 milhões de passageiros em 2019, de acordo com dados da Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata).

Além disso, o Brasil tem registrado ações consistentes nos últimos anos para instituir um ambiente de negócios mais favorável para o setor. Foi adotada, por exemplo, a isenção de vistos para quatro países estratégicos (os Estados Unidos, Canadá, Austrália e Japão) com o objetivo de estimular o fluxo turístico com esses mercados, criando mais oportunidades de negócios e fortalecendo o setor.

O país também promoveu a abertura para 100% de participação do capital estrangeiro na aviação comercial, o que aumenta a competitividade e é um fator importante para a atração, inclusive das chamadas companhias low cost, que oferecem melhores tarifas para os passageiros. A ação permite ainda o aumento do número de rotas e cidades atendidas pelo transporte aéreo regular, bem como a melhor integração a rotas internacionais.

Também foi aprovado, no ano passado, o uso do querosene de aviação JET-A no Brasil, comercializado no mercado internacional, medida fundamental para reduzir o custo das companhias aéreas no país e, consequentemente, diminuir o preço das passagens aéreas.

A qualificação dos destinos brasileiros é também motivo de atenção. O país está cada vez mais preparado para receber os turistas do mundo inteiro, resultado de investimentos em infraestrutura turística, capacitação dos trabalhadores e atração de investimentos, por meio de parcerias públicos-privadas, entre outras ações.

Colaborando com o trade turístico, a Embratur tem realizado workshops pelo país com operadores, empresários e agentes do setor em geral. Nosso objetivo é ampliar o entendimento do comportamento do público estrangeiro que vem ao Brasil. Até 2024, 54 municípios com vocação para o turismo serão contemplados com essa capacitação.

Todas essas medidas ajudam a posicionar o Brasil no cenário internacional como destino tendência para o turismo. O nosso primeiro objetivo é superar a marca de 4 milhões de visitantes internacionais até o fim de 2022, depois recuperar o índice de 6,5 milhões de turistas estrangeiros no Brasil até 2024 e, depois, ampliar de forma contínua esses números.

Qual o atual approach da Embratur em relação ao Mercosul?
A Agência mantém uma relação muito próxima e produtiva com os países do bloco. Em outubro passado, por exemplo, organizamos o 25º Encontro de Ministros do Turismo do Mercosul, que contou com a participação de representantes do Brasil, da Argentina, do Paraguai, do Uruguai e do Chile, e teve como objetivo traçar estratégias conjuntas para a promoção de destinos turísticos nos países do bloco.

Foram dias intensos de discussões sobre temas como a implantação de um corredor bioceânico; a harmonização de protocolos de biossegurança; turismo de pesca, por exemplo. Também apresentamos uma logomarca, produzida pela Embratur, para a promoção turística conjunta do Mercosul em terceiros países. A proposta inclui elementos comuns à natureza e à cultura de forma iconográfica, com o objetivo de atrair turistas para visitar mais de um país do bloco.

Também em 2021, participamos da 26ª BNT Mercosul, que promoveu rodadas de negócios envolvendo praticamente todos os estados brasileiros, com a troca de informações para capacitar agentes de viagem, divulgação de jornalistas e dos próprios destinos, além da participação dos países integrantes do bloco.

O que muda com a confirmação do Brasil como sede regional da Organização Mundial do Turismo nas Américas?
Essa foi outra conquista recente para o desenvolvimento do turismo, somada à recondução do país para integrar o Conselho Executivo da entidade até 2025. A unidade em solo brasileiro é um fator importantíssimo para auxiliar o Brasil e os países da região a atraírem ainda mais atenção dos turistas internacionais, o que será, sem dúvida, de grande valia para uma recuperação completa do setor turístico neste cenário de pós-pandemia.

Para fortalecer a divulgação dos destinos brasileiros na região realizamos ainda a campanha “Uno, dos, três, Brasil!”, voltada para os mercados argentino, chileno, uruguaio e paraguaio, que registrou resultados muito positivos para o turismo brasileiro.

Para se ter uma ideia, a ação alcançou mais de 1,4 bilhão de impactos – medição utilizada para indicar uma estimativa de quantas vezes as peças foram visualizadas pelo público – e ajudou o Brasil a se posicionar como melhor destino para os turistas sul-americanos durante o verão. Segundo dados da plataforma Decolar.com, o número de reservas de voos e hospedagens entre os turistas argentinos para janeiro e fevereiro de 2022 voltou basicamente ao mesmo patamar registrado no verão de 2019/2020, antes do início da pandemia. Uma nova campanha está planejada para ser realizada na América Latina a partir de novembro de 2022.

E quanto aos roadshows em países vizinhos?
Ao longo do primeiro semestre deste ano, realizamos um ciclo de roadshows em várias capitais: Montevidéu, Assunção, Buenos Aires, Santiago e Bogotá. São eventos fundamentais para fortalecer a imagem do Brasil internacionalmente, já que promovem a aproximação do trade nacional com operadores internacionais e, com isso, fomenta a comercialização dos destinos brasileiros. Os roadshows viabilizaram mais de mil rodadas de negócios, o que representa cerca de 10 mil contatos comerciais realizados entre os operadores brasileiros e estrangeiros participantes.

Participamos também das principais feiras internacionais da região, outra oportunidade para que turistas e investidores estrangeiros conheçam o nosso país e descubram o potencial do Brasil não só para o turismo como também para outros investimentos. Estivemos, por exemplo, na FIT Argentina e na Anato Colômbia, que registram um Retorno Sobre Investimento (ROI) superior a R$ 1,4 milhão. Neste semestre, já confirmamos presença na FIT América Latina/Argentina, entre 01 a 04 de outubro, e na Feira Internacional de Turismo do Paraguai (FITPAR), entre 11 e 12 de novembro.

Também trouxemos jornalistas e influenciadores do Chile e do Paraguai para conhecer destinos e atrativos singulares do nosso país, neste ano. Recentemente, nos encontramos, ainda, com o embaixador do Uruguai, Guillermo Valles, para discutir ações conjuntas para a promoção do turismo entre os dois países, como a expansão da malha aérea, ampliando a frequência de voos entre os países.

Por que a Embratur não trabalha mais próxima, a quatro mãos, por assim dizer, com a Apex, o destino Brasil?
A Embratur e a Apex trabalham de forma articulada. As duas instituições têm uma relação próxima e discutem informações constantemente sobre a promoção do país no exterior. Entre as grandes ações conjuntas realizadas recentemente, destaque para Expo Dubai 2020, realizada em 2021, em que tivemos o estande do Brasil com grande destaque e entre os mais visitados da feira. Junto à Apex-Brasil, a Embratur percebeu presencialmente que turistas e investidores internacionais querem conhecer o nosso país. Atualmente, as instituições discutem o projeto para a instalação da Casa Brasil, durante a Copa do Mundo 2022, no Qatar.

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Há quem defenda que o turismo deveria estar muito mais presente na pauta político-econômica do país do que efetivamente está. Como a atual gestão trabalha esse tema?
Para que todo o potencial do turismo se traduza em melhorias consistentes na realidade social e econômica de amplas parcelas da população, o setor precisa ser conduzido e trabalhado por todas as partes interessadas de forma convergente, incluindo governos, Congresso Nacional, setor privado, entre outros.

Por isso, a Embratur tem mantido contato permanente com o Congresso e com os principais atores do setor econômico para a propor ações capazes de alavancar o turismo internacional, com segurança jurídica, e, com isso, fomentar a entrada de divisas, gerar renda e também impulsionar a criação de novos empregos na cadeia que reúne mais de 50 setores da economia brasileira.

A transformação da Embratur em Agência, em 2019 também é uma conquista dessa articulação. A nova estrutura da instituição foi viabilizada por meio da edição da Medida Provisória 907/2019 e confirmada como permanente após aprovação do Congresso Nacional e a posterior sanção presidencial ao texto, sob a forma da Lei 14.002, de maio de 2020.

Desde então, a Embratur se enquadra como agência de serviço social autônoma, de direito privado, assim como integrantes do Sistema S. A mudança deu mais autonomia e agilidade à Embratur para a atração de turistas estrangeiros, incluindo a divulgação da “Marca Brasil” em todo o mundo, a partir da captação de recursos privados.

Com a massiva vacinação, congressos, eventos e feiras voltaram a acontecer. Qual a atual política da Embratur em relação ao setor M.I.C.E.? Não acha que poderiam/deveriam ser feitos mais investimentos do governo federal no setor?
Nosso trabalho na Embratur é promover os destinos brasileiros no exterior para ampliar a vinda de turistas estrangeiros ao país e, com isso, estimular a geração de empregos e renda. Dentro dessa estratégia, fortalecer o segmento de turismo de negócios é parte fundamental. Afinal, o setor de turismo de negócios foi o segundo principal motivo da vinda de estrangeiros para o Brasil em 2019, e temos capacidade de aumentar significativamente os números desse segmento.

A Embratur, em parceria com o governo federal, tem consciência de que o segmento foi um dos primeiros a sentir os efeitos da pandemia e tem sido o último a se recuperar. Em 2019, para se ter uma ideia, o setor de negócios representava 21,5% dos gastos do turismo no mundo, movimentando cerca de US$ 1,3 trilhão. Já em 2020, enquanto os gastos do turismo de lazer caíram 49,5%, os gastos com o turismo de negócios caíram 61%.

Neste contexto, foram adotadas no Brasil uma série de medidas voltadas para a manutenção de empregos e para a sobrevivência de empresas do setor no período de pandemia.

Quais foram essas medidas?
Entre as políticas importantes realizadas no período, vale citar a edição da Medida Provisória nº. 936/20 que que possibilitou a flexibilização da jornada de trabalho e a suspensão temporária de contratos. Também foi publicada a MP 948/20 que regulamentou as relações de consumo, garantindo os direitos dos consumidores e impedindo a falência em massa das empresas do setor do turismo, ao determinar regras claras quanto ao cancelamento e remarcação de reservas tanto no turismo e na cultura, dando segurança jurídica no período.

Além disso, em 2020 foram reservados R$ 5 bilhões para o Fundo Geral de Turismo (Fungetur), visando o financiamento da infraestrutura turística nacional, garantir capital de giro de micro, pequenas, médias e grandes empresas, além de resguardar empregos. A oferta de uma linha de financiamento deste porte só foi possível em virtude da aprovação da MP 963, depois transformada na Lei 14.051.

Especificamente sobre promoção internacional do turismo, área de atuação da Embratur, ampliamos significativamente o nosso orçamento neste ano. Também temos participado das principais feiras internacionais para que os operadores possam conhecer mais o Brasil e saber que, além de infraestrutura adequada, somos hospitaleiros e dispomos de atrações turísticas incríveis.

No primeiro semestre de 2022, por exemplo, participamos da Fiexpo Latinoamérica, na Cidade do Panamá, um dos maiores encontros do segmento de turismo de negócios e eventos do mundo, com estande próprio e 15 coexpositores, que aproveitaram o espaço para fazer negócios e atrair congressos, reuniões e feiras para o país.

Retornamos ao Brasil com resultados importantes: a Associação Petroquímica e Química Latinoamericana, que conta com mais de 1 mil integrantes de 320 empresas do setor em 24 países, anunciou que fará sua reunião anual de 2023 no Brasil. Além disso, articulamos a realização do congresso da Sociedade Latinoamericana de Reabilitação Bucomaxilofacial para ser realizado no Brasil em novembro deste ano.

Em relação ao turismo corporativo, que balanço faz dessa ações hoje?
Após dois anos de restrições, posso afirmar que o Brasil está pronto para voltar a receber eventos de todos os portes e já temos indicadores importantes que comprovam essa retomada. De acordo com dados do Levantamento de Viagens Corporativas (LVC), o faturamento das atividades relacionadas às viagens corporativas chegou a R$ 7,8 bilhões em abril, o que representa alta de 299% na comparação com o mesmo período do ano passado. Com esse desempenho, o atual nível de atividade encontra-se apenas 7,7% abaixo do registrado em abril de 2019, pré-pandemia.

Do que trata exatamente o programa Turismo Seguro, e qual o seu atual momento?
A iniciativa, pioneira no país, contempla 59 ações divididas em sete eixos de atuação que envolvem a segurança pública, a prevenção à exploração sexual de crianças e adolescentes no turismo, as relações de consumo no turismo, o transporte de turistas, a defesa civil, a vigilância sanitária e a comunicação positiva.

A ação realizada pelo Ministério do Turismo, e divulgada pela Embratur, contribui para o posicionamento do Brasil como um destino seguro, ampliando a sensação de segurança dos turistas, dos prestadores de serviços, dos profissionais do turismo e da comunidade local receptora no país.

É importante destacar que o Brasil apresenta índices de violência bastante pequenos para turistas, semelhantes ou iguais aos verificados nos principais destinos do mundo. Para se ter uma ideia, em 2019, as ocorrências envolvendo turistas no Rio de Janeiro – destino que costuma ser visto como perigoso em virtude de notícias que não tem qualquer vínculo com as atrações turísticas da cidade -, representaram 0,32% dos crimes registrados.

O senhor é natural de Pernambuco, estado dono de um sem-número de atrações turístico-culturais, na capital e interior. Como avalia o turismo no estado hoje?
O turismo é peça fundamental para estimular o desenvolvimento do estado, com geração de renda e emprego já que se configura como destino estratégico para atração e turistas internacionais e domésticos.

Em 2019, Pernambuco registrou 111.920 chegadas de turistas estrangeiros, mas o número total de visitantes internacionais que estiveram no estado pode ser muito maior, considerando que o turista pode ter acessado o Brasil por outro estado e seguido para Pernambuco posteriormente. Dois destinos pernambucanos estão entre os 15 mais procurados pelos visitantes internacionais que estiveram no país em 2019, sendo Ipojuca com a 11º colocação nas viagens a lazer e Recife com a 12º nas viagens a negócios.

Os atrativos pernambucanos são incontáveis. Vários figuram no ranking da TripAdvisor 2022. Estão lá o Instituto Ricardo Brennand, praia de Muro Alto, piscinas naturais de Porto de Galinhas, Alto do Moura, Praia dos Carneiros, Centro Histórico de Olinda, Praia de Cupe, Pontal de Maracaípe, Praia da Vila de Porto de Galinhas e Praia de Calhetas.

Também é motivo de orgulho para todos nós, a Baía do Sancho, em Fernando de Noronha, figurar entre três praias brasileiras indicadas pelo último ranking da TripAdvisor, como top-10 do mundo. Já a Revista Tendências Turismo, produzida pelo Ministério do Turismo, elencou dois atrativos do estado entre as principais tendências no período de pós-pandemia: Fernando de Noronha e Porto de Galinhas.

Todo esse potencial colocou o estado entre os dez destinos nacionais com os maiores crescimentos na procura por turistas para o segundo semestre deste ano, com alta de 294%, de acordo com o buscador de viagens Kayak. Pernambuco também é uma das dez unidades da Federação onde houve mais gastos totais em viagens nacionais com pernoite, respondendo por 4,2% do total dos R$ 9,8 bilhões registrados em 2021, de acordo com a PNAD Turismo, realizada pela Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

As expectativas de atração de turistas para o estado são animadoras e o cenário é altamente promissor. Pernambuco, por exemplo, está na rota da temporada de cruzeiros 2022/2023, a maior em dez anos. Essa temporada tem a previsão de movimentar R$ 3,3 bilhões e gerar cerca de 43 mil empregos no Brasil. De 29 de outubro a 20 de abril, 8 navios devem realizar 160 roteiros, ofertando mais de 674 mil leitos.

Ainda sobre Pernambuco, em que estágio se encontra a reestruturação do Aeroporto Internacional dos Guararapes, em Recife, pela empresa Aena Brasil?
As obras previstas para serem entregues até junho de 2023. A Aena Brasil está investindo R$ 1,8 bilhão em reformas estruturais nos seis aeroportos que administra no Nordeste, inclusive o Aeroporto Internacional do Recife/Guararapes – Gilberto Freyre. A modernização dos aeroportos vai aumentar a capacidade operacional de todos os terminais de 80% a 100%. As obras incluem ampliação de terminais; redesenho de fluxos mais intuitivos para os passageiros; novos pontos de aeronaves, com mais espaço. Essa é mais uma obra que sem dúvida irá fomentar o turismo doméstico e internacional.