Feira do setor de casa, decoração, presentes, festas e flores marca a retomada dos eventos do setor e bate, no primeiro
dia, as expectativas de negócios.

Após sete meses de paralização das feiras e eventos devido a pandemia do novo coronavírus, a ABCasa Pocket Show, que aconteceu de 19 a 22 de outubro, no Expo Center Norte, em São Paulo, trouxe, de novo, movimento ao setor de feiras e eventos e aqueceu a economia do mercado de casa, decoração, presentes, festas e flores, batendo, no primeiro dia, as expectativas de negócios dos quatro dias de feira, renovando as esperanças de um final de ano promissor.

Um levantamento feito pelo Sebrae, em abril deste ano mostrou que a pandemia do novo coronavírus afetou 98% do setor de turismo de eventos. Uma pesquisa da União Brasileira dos Promotores de Feiras (Ubrafe), com o instituto New Sense, divulgada no final do ano passado, mostrou o poder das feiras de negócios e congressos como um importante vetor do desenvolvimento econômico.

Somente no Estado de São Paulo, o volume anual de negócios gerados por eventos representa R$ 305 bilhões de reais para a economia brasileira, considerando os resultados para as empresas expositoras. Isso equivale a 4,6% do PIB Nacional. Se contemplarmos os diferentes elos da cadeia de valor no setor, essa cifra alcança a marca de R$ 16,3 bilhões ao ano. A paralização gerou perdas de R$ 200 bilhões e expositores, empresários e comerciantes aguardavam uma solução segura para um retorno breve e necessário a fim de cumprir as obrigações financeiras e minimizar as perdas causadas pela crise.

Segundo Renato Orensztejn, diretor ABCasa (Associação Brasileira de Artigos para Casa, Decoração, Presentes, Utilidades Domésticas, Festas e Flores), a feira foi uma demanda dos próprios expositores, e claro, dos visitantes das feiras, sendo uma importante vitrine e uma grande oportunidade para os lojistas abastecerem seus estoques para o final do ano, principalmente pelo fato do adiamento para 2021 das feiras ABCasa Fair & Natal e da Festas & Parques ABCasa. A versão pocket reuniu o melhor dessas duas feiras em uma área de 14 mil metros quadrados no Expo Center Norte – contra os antigos 80 mil que elas ocupavam.

O evento seguiu todos os protocolos de segurança estipulados pela Prefeitura de São Paulo para a retomada dos eventos, como o limite de até 600 pessoas ao mesmo tempo no local, distanciamento social, distribuição de álcool em gel, limite máximo de duas pessoas ao mesmo tempo por stand, horário de funcionamento restrito, não distribuição de materiais impressos, comidas e bebidas apenas embaladas, entre outros.

Arquitetos, decoradores, proprietários de lojas, buffets e casas de festas puderam conferir de perto e renovar seus estoques com os principais lançamentos para o final deste ano e as tendências do próximo, de mais de 80 empresas de todos os segmentos atendidos pela ABCasa. O Natal tem grande poder de reaquecer a economia e, neste momento, com as grandes festas ainda proibidas e os lares no centro das atenções, do trabalho ao lazer, a busca por itens de decoração é essencial para levar aconchego e beleza aos momentos
especiais. Assim, a oportunidade de lucrar no final de ano é uma esperança para os profissionais do setor nessa retomada. “A ABCasa Pocket Show foi um sucesso total, fizemos uma feira bonita, segura, reunimos pessoas totalmente focadas em fazer negócios, foi muito relevante para o mercado, pois as pessoas estão apostando muito neste Natal. O mercado está aquecido para o final de ano e tenho certeza que teremos um resultado muito positivo”, fala Orensztejn.

Para ele, as feiras híbridas são uma extensão de negócios importantes que as empresas terão que investir num futuro muito próximo, mas isso não tira a importância dos eventos presenciais. “O digital veio para complementar a feira física, para que as pessoas possam fazer contato com os mercados no canal que elas elegerem como o melhor pra elas. Não é um caminho que podemos nos esquivar, o digital veio para ficar e é imprescindível. As pessoas vão exigir da gente isso, de oferecer uma versão digital dos eventos. Mas, a feira física é indispensável. Ela é muito importante pra tudo, pra networking, pra ver o produto de perto, pra geração de negócios de uma maneira mais efetiva porque tem o tête-à-tête entre vendedores e clientes”, diz o diretor da ABCasa.